quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

IPT terá centro de bionanotecnologia


IPT terá centro de bionanotecnologia
9/12/2009

Agência FAPESP – São Paulo terá até o fim de 2010 o mais moderno centro de pesquisas em bionanotecnologia do Brasil. Com investimento de R$ 46 milhões, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) construirá um prédio de 8 mil metros quadrados para pesquisas em biotecnologia, tecnologia de partículas, micromanufatura de equipamentos e metrologia.

A nova edificação, que faz parte do projeto de modernização do IPT, terá custo de R$ 21 milhões. Outros R$ 25 milhões estão previstos para os equipamentos. Esses recursos são oriundos do governo do Estado de São Paulo – o IPT é ligado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento de São Paulo. Estão previstos 12 meses para a construção. A estrutura da cobertura deverá ser montada até abril.

De acordo com o IPT, o projeto arquitetônico da nova unidade foi criado a partir de duas premissas: que a obra fosse a mais racional possível e que levasse em consideração a sensibilidade dos laboratórios a serem instalados no edifício – em relação ao conforto térmico, vibrações e instalações especiais.

Os arquitetos projetaram, por exemplo, a fachada envidraçada voltada para o sul para que a alta incidência de energia solar não atrapalhe o conforto térmico dos laboratórios.

O prédio abrigará no pavimento térreo o setor de micromanufatura. O térreo ainda terá uma sala limpa com nível de 100 partículas por metro cúbico de ar. Essa sala terá filtros especiais para evitar a entrada de partículas e trabalhará com pressão positiva – a pressão dentro da sala é maior do que a de fora.

No primeiro andar ficará o laboratório de biotecnologia, com 2 mil metros quadrados. No segundo andar será instalado o laboratório de tecnologia de partículas. Lateralmente, o prédio vai ter uma área de infraestrutura técnica para abrigar reatores, central de refrigeração, entre outros equipamentos, servindo água, gás, energia e internet. Os equipamentos que alimentam os laboratórios também estarão nessa área.

As tubulações serão distribuídas por meio de forro técnico e vão descer por colunas envelopadas. O prédio terá também uma área de administração, com sala de gerenciamento e uma central de trabalho comunitário para os pesquisadores, com várias estações de trabalho. Terá ainda um anfiteatro para 200 pessoas e uma área de confraternização, com lanchonete.

Mais informações: www.ipt.br

Fonte:http://www.agencia.fapesp.br/materia/11474/ipt-tera-centro-de-bionanotecnologia.htm

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Bionanotecnologia contra a aftosa

Bionanotecnologia contra a aftosa
9/10/2009

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – Utilizando biossensores compostos por proteínas e nanopartículas, pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um método inovador para detectar, em bovinos, o anticorpo da febre aftosa em animais.

O detector está sendo desenvolvido no Laboratório de Nanomedicina e Nanotoxicidade do Grupo de Biofísica do IFSC, coordenado pelo professor Valtencir Zucolotto. O projeto teve participação de Sérgio Mascarenhas e Gustavo Frigieri, do Instituto de Estudos Avançados do IFSC, e Bonald Figueiredo, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

De acordo com Zucolotto, as atividades do laboratório estão focadas no projeto “Estudo da interação entre materiais nanoestruturados e sistemas biológicos: aplicações ao estudo de nanotoxicidade e desenvolvimento de sensores para diagnóstico”, financiado pela FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa.

O projeto específico de desenvolvimento do detector é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Segundo Zucolotto, a principal utilidade do biossensor, que utiliza conceitos de nanobiotecnologia, será o monitoramento da vacinação do gado contra a febre aftosa. Atualmente, segundo ele, o controle é feito apenas pela apresentação da nota fiscal da compra da vacina.

“A contaminação pode ser detectada clinicamente sem muita dificuldade, pelas feridas na boca e nos pés dos animais. Mas precisávamos de um método prático e eficiente para detectar a vacinação. O biossensor é capaz de fazer isso, porque detecta a presença de anticorpos da febre aftosa”, disse Zucolotto à Agência FAPESP.

O pesquisador afirma que, além da apresentação da nota fiscal da compra da vacina, o outro método atualmente disponível para a detecção da vacinação é o uso de imunoensaios Elisa. Mas o inconveniente dessa alternativa é o maior custo e a necessidade de laboratórios especializados.

“Com o detector que estamos desenvolvendo, o pecuarista ou a vigilância sanitária podem verificar a vacinação em campo. Nenhum teste atualmente pode ser feito com essa praticidade. O leitor de Elisa é inviável para pequenos produtores. E a apresentação das notas fiscais é evidentemente um método ineficaz de controle”, disse.

O novo método, segundo ele, pode ser utilizado por qualquer pessoa com formação técnica, diretamente no campo. “Os testes atuais custam em média R$ 20 mil. O nosso kit de detecção deverá ter o preço na escala de centenas de reais, apenas”, declarou.

Segundo ele, a tecnologia do biossensor já foi completamente desenvolvida e teve sua eficácia testada no primeiro ano do projeto. Nos próximos dois anos o grupo trabalhará no desenvolvimento do produto. Um piloto do equipamento já deverá estar disponível dentro de um ano.

“Quando o kit estiver desenvolvido, um zootécnico poderá fazer o teste simplesmente gotejando o sangue do animal sobre lâminas que farão parte do equipamento. A resposta é dada a partir de diferenças na corrente elétrica, por meio de um circuito acoplado ao detector. Isso é possível com o uso de nanopartículas”, afirmou.

Zucolotto afirma que a meta do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa), do Ministério da Agricultura, é eliminar a febre aftosa do continente sul-americano até 2010. A vacinação contra febre aftosa ocorre duas vezes por ano. A expectativa é que aproximadamente 400 milhões de doses sejam dadas a um rebanho bovino composto por 150 milhões de cabeças de gado.

Desde 2005 o país não registra nenhum caso de febre aftosa. “O último atingiu os estados do Mato Grosso do Sul e Paraná e causou um embargo internacional ao produto. É preciso um monitoramento contínuo da vacinação, pois a doença pode fugir do controle rapidamente”, disse.

Fonte: http://www.agencia.fapesp.br/materia/11197/bionanotecnologia-contra-a-aftosa.htm

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Bionanotecnologia exige envolvimento do público

Bionanotecnologia exige envolvimento do público
Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/10/2008

Um relatório que acaba de ser divulgado pela União Européia afirma que o público deve se engajar nas discussões sobre a bionanotecnologia, um campo emergente da ciência e da tecnologia que tem o potencial para transformar radicalmente a sociedade.

Potencial transformador da bionanotecnologia

Diversas pesquisas mostram que o público desconhece e, mais importante, teme o que está por vir, principalmente depois do lançamento de livros e documentários que divulgam o potencial transformador da bionanotecnologia.

O relatório, que combina comunicação científica com pesquisa em ética na bionanotecnologia, é resultado de uma série de encontros de trabalho entre cientistas de várias partes do mundo.

Questões sociais e éticas das pesquisas científicas

Seu objetivo principal é antecipar as questões sociais e éticas que serão fatalmente levantadas no decorrer do avanço das pesquisas científicas na área emergente da bionanotecnologia, permitindo que a sociedade se prepare e se antecipe aos problemas potenciais já vislumbrados antes que eles ocorram.

Os pesquisadores descobriram uma grande divergência na forma como as pesquisas em nanociências, nanotecnologia e biotecnologia estão sendo conduzidas nos diversos países. Na Europa, por exemplo, os chamados "aprimoramentos humanos" estão focados na medicina regenerativa e no combate às doenças neurodegenerativas.

Já nos Estados Unidos o interesse é basicamente militar, focando-se na criação de "soldados biônicos." O debate entre os norte-americanos também gira ao redor da natureza da condição humana e como nós podemos melhorá-la, em vez de simplesmente reparar nossos estados de saúde física e mental.

Medos da tecnologia

Os medos com respeito à bionanotecnologia parecem disseminados quando o assunto é tecnologia de nanoalimentos, normalmente associados aos alimentos geneticamente modificados. Também dominando as discussões estão certas idéias baseadas na ficção científica, como máquinas capazes de se auto-replicar, construindo outras iguais a elas mesmas.

A nanomedicina é vista sob um olhar muito mais favorável, principalmente avanços como o desenvolvimento de drogas inteligentes, sob o conceito conhecido como "drug delivery", para combate ao câncer.

Bate-papos sobre nanotecnologia

No Brasil, os avanços da bionanotecnologia e seu impacto sobre a sociedade são discutidos rotineiramente pelo projeto Renanosoma (Rede de Pesquisa em Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente), financiado pelo CNPq. Sob a coordenação do Dr. Paulo Roberto Martins, o projeto patrocina bate-papos pela internet três vezes por semana.

Os bate-papos, que são abertos à participação de qualquer interessado, são baseados em entrevistas com renomados pesquisadores nas mais diversas áreas ligadas à nanotecnologia e à nanociência.

Os encontros virtuais ocorrem às segundas (19:00 horas), quartas (14 horas) e sextas-feiras (10 horas), sempre no endereço http://meebo.com/room/nanotecnologia.

Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=bionanotecnologia-exige-envolvimento-do-publico&id=010165081022