quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Nova técnica de fertilização usa DNA de duas mães e um pai


Três DNAs
Cientistas dizem estar preparados para fazer uma reprodução assistida onde um bebê terá três pais - provavelmente duas mães e um pai.
A técnica substitui material genético defeituoso no óvulo para eliminar doenças raras presentes na mitocôndria, um componente celular que tem a presença de material genético.
Embora raras, essas síndromes podem causar a morte prematura das crianças.
Para isso, é necessário coletar material genético de uma terceira pessoa, além dos pais.
O que você acham?
A nova técnica de fertilização in vitro é tão polêmica que o governo britânico decidiu levar o assunto para discussão pública.
O governo afirma que a aprovação ou não da "fertilização in vitro de três pessoas" vai depender do que a sociedade disser.
O método atualmente é usado apenas em pesquisas, mas agora os médicos afirmam estar prontos para aplicá-lo em humanos.
DNA mitocondrial
A mitocôndria é considerada a usina de energia das células.
Como os núcleos das células, a mitocôndria contém DNA, ainda que em pequenas quantidades.
Em média, 1 em cada 5.000 bebês nasce com problemas hereditários em seu DNA mitocondrial.
A proposta da nova técnica é eliminar esses problemas genéticos substituindo a mitocôndria defeituosa.
A técnica consiste no uso de dois óvulos - um da mãe do feto e outro de uma doadora. O núcleo do óvulo doado é removido e substituído pelo núcleo do óvulo da mãe.
Em princípio, o embrião resultante teria uma mitocôndria saudável, sem o problema genético da mãe.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Medicamento cria super-micróbio mais ameaçador ao homem


Remédio produz super-micróbio

Que os micro-organismos podem se tornar resistentes aos medicamentos é algo que vem preocupando a comunidade científica há muito tempo.

Mas agora, pesquisadores belgas descobriram um parasita que não apenas se tornou imune ao medicamento que o combatia, como também se tornou mais eficiente em driblar o sistema imunológico humano.

Segundo eles, "com algum exagero, podemos afirmar que a prática médica ajudou a criar uma supermicróbio. Parece que a luta contra o medicamento armou melhor o micróbio contra seu hospedeiro" - neste caso, o homem.

"Tanto quanto sabemos, esta é a primeira vez que um organismo duplamente armado aparece na natureza", completa Manu Vanaerschot, da Universidade de Antuérpia.

Parasita resistente aos medicamentos

Vanaerschot estava estudando a Leishmania, um organismo unicelular que causa a leishmaniose, uma séria ameaça sobretudo nas regiões tropicais.

A Leishmania é um especialista em se adaptar a diferentes ambientes, e é o único organismo conhecido na natureza a desrespeitar uma regra básica da biologia: a de que os cromossomos devem sempre vir aos pares.

Ocorre na Índia a maior parte dos casos de leishmaniose fatal, causada pela Leishmania donovani.

Há décadas a doença vem sendo tratada com compostos à base de antimônio.

Como era de se esperar, o parasita se adaptou à crescente pressão ambiental induzida pelos medicamentos, e evoluiu para uma forma resistente aos antimonianos.

Em 2006, o tratamento passou a ser feito com outras drogas, porque os primeiros pacientes começaram a morrer sem responder ao tratamento com os medicamentos convencionais.

Duplo armamento

Os medicamentos à base de antimônio trabalham em parceria com o sistema imunológico para matar o parasita.

Aparentemente, isto deu à Leishmania donovani a oportunidade para se armar contra os dois.

Ela não apenas se tornou resistente contra a droga, como também agora resiste melhor aos macrófagos, as células defensoras do sistema imunológico humano.

Segundo os cientistas, somente não há ainda uma prova absoluta da super-resistência do parasita porque obviamente não se pode propor um experimento desse tipo em seres humanos.

Mas tudo sugere que a Leishmania resistente não apenas sobrevive melhor em humanos, como também é mais eficiente em tornar as pessoas doentes - ela tem o que os pesquisadores chamam de uma maior "virulência", embora não se trate de um vírus.

Evolução benéfica

Esta é a primeira vez que a ciência encontra um organismo que se beneficia sempre do desenvolvimento da resistência a uma droga.

Normalmente a resistência somente é útil para o patógeno quando ele está sendo bombardeado pelos medicamentos, mas lhe traz prejuízo em situações "normais" para ele, inibindo sua proliferação.

Nestes casos, o micro-organismo acaba gastando energia e recursos em uma nova propriedade sem utilidade, o que é uma desvantagem para ele - imagine usar um colete salva-vidas o tempo todo, mesmo quando você não está na água.

Medicamentos que criam superbactérias?

Será que nossos medicamentos estão criando supermicróbios ou superbactérias?

Esta é uma questão legítima, e o fenômeno terá que ser melhor investigado.

Mas isto não implica que seja melhor parar de desenvolver novos medicamentos - a Leishmania resistente, por exemplo, pode ser destruída por uma droga mais recente, a miltefosina.

Contudo, o problema levanta, no mínimo, a questão de um uso mais sábio dos medicamentos.

Já se sabe, por exemplo, que a resistência aos antibióticos vai além da ingestão incorreta dos medicamentos.

Essa é a única alternativa a uma corrida desenfreada pelo desenvolvimento de novos medicamentos e de novas combinações de medicamentos, que apenas levarão a um círculo vicioso de superbactérias e novos medicamentos que só trará prejuízos ao homem.

Outra tendência a ser evitada é a crescente medicalização de diversas condições, que passam a "exigir" medicações, apenas pela pressão do mercado.

Fonte: Diário da Saúde

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Pesquisadores conseguem produzir esperma em laboratório

Espermatozóide atingindo óvulo. WikimediaCommons
Os espermatozóides se desenvolveram em uma
 substância gelatinosa similiar à encontrada nos testículos
 

Pesquisadores na Alemanha e em Israel conseguiram produzir sêmem de rato em laboratório, abrindo o caminho para a produção artificial de esperma humano, o que pode revolucionar os tratamentos de fertilidade.
O estudo, publicado na revista Nature, detalha o cultivo de células germinativas, que dão origem aos espermatozóides masculinos e aos óvulos femininos.
As células foram colocadas em uma substância gelatinosa, similar à encontrada nos testículos.
A substância gelatinosa, chamada Soft Agar Culture System, já era usada em outras pesquisas envolvendo reprodução celular.
O professor Mahmoud Huleihel, da Universidade Ben-Gurion, da cidade israelense de Negev, celebrou a descoberta.
"O estudo deve abrir novas estratégias terapêuticas para homens inférteis que não conseguem produzir esperma ou pré-adolescentes com câncer, que correm o risco de ficarem inférteis por causa do agressivo tratamento com quimio e radioterapia", diz.
'Morfologia normal'
O estudo foi feito em parceria com o professor Eitan Lunenfeld, da Universidade de Soroka, em Beer-Sheva, Israel, e o professor Stefan Schlatt, da Universidade de Münster, na Alemanha.
Segundo o artigo da Nature, os esperma produzido em laboratório tinha "morfologia normal".
O experimento também conseguiu reproduzir com sucesso a acrossoma, a parte dianteira do espermatozóide.
O artigo diz que a substância gelatinosa usada no experimento "poder ser utilizada em tubos de laboratórios para a maturação de células germinativas de ratos pré-mitóticas ao estágio pós-mitose".

Fonte: BBC Brasil